John Piper no Brasil. Será uma ressurgência do Calvinismo?
O que John Piper Representou no Brasil
E este é o gancho para minha segunda observação. Os fatos acima  descritos simplesmente confirmam o que vem sendo dito, inclusive por  mídias não-cristãs, de que o Calvinismo passa por uma ressurgência, um  avivamento, por assim dizer, que tem atingido especialmente os Estados  Unidos e o Sul-Global -- nome que tem sido dado à cristandade nas  regiões da África, China e Brasil. Mas, não se trata daquela caricatura  de calvinismo explorada pelos contrários - gente sisuda, fechada nas  quatro paredes de seus templos, cantando salmos ao som de órgãos de  tubo, de paletó e gravata e pregando a predestinação para o inferno.  Este calvinismo que ressurge, e que tem sido chamado de vários nomes,  fala da alegria em Deus, quer estar presente e influenciar a cultura  moderna, utiliza o que ela tem de melhor a oferecer para a glória de  Deus - a julgar pelo alto emprego de tecnologia que marca os eventos -  sem, em momento algum, abandonar os pontos característicos da Reforma: Sola Scriptura, Sola Fide, Sola Gratia, Solus Christus e Soli Deo Gloria.  Além, é claro, dos famosos cinco pontos do Calvinismo: depravação  total, eleição incondicional, expiação limitada (ou eficaz), graça  irresistível e perseverança final dos santos.
O interesse pela fé reformada tem crescido tanto a ponto de romper as  barreiras denominacionais, trazendo para o mesmo ambiente de estudo,  adoração e louvor batistas, presbiterianos, independentes, comunidades,  pentecostais, anglicanos e outros que partilham do mesmo entusiasmo  pelas antigas doutrinas da graça. Isto ficou muito claro em Águas de  Lindóia e no Mackenzie.
Meu último comentário é que Piper pregou o tempo todo, na Fiel e no  Mackenzie, num dos pontos principais do Calvinismo, sem levantar as  sobrancelhas dos que detestam os calvinistas. Refiro-me à principal  ênfase de Calvino, em suas Institutas e seus comentários, que é a glória  de Deus como supremo bem do homem, ponto este capturado no slogan da  Reforma, Soli Deo Gloria. Ao fazer isto, Piper mostrou que o  calvinismo nada mais é que uma tentativa de honrar e pregar a mensagem  central da Palavra de Deus, como Calvino tão apropriadamente nos  mostrou. Não me lembro de ter ouvido Piper citar Calvino ou os  puritanos, mas ele estava pregando calvinismo puro o tempo todo.
A Deus, portanto, toda glória.  


Parabéns pela postagem, quem sabe não está na hora de repensar nossa teologia. Por muito tempo os pentecostais e neopentecostais rejeitaram o postulado calvinista; há muito fundamentalismo no calvinismo, parece que pentecostalismo e fundamentação bíblica não andam do mesmo lado. Repensar esta teologia humanista e triunfalista é levar a igreja de volta para cruz, se é que ainda há tempo. Anízio Prado
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